As desavenças e planos da família “Arraes” em Pernambuco
As desavenças e planos da família “Arraes” em Pernambuco
Do portal Leia Já: Que a família Arraes, sobrenome
forte no cenário político pernambucano por carregar a imagem intrínseca dos
ex-governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos, certamente, conseguiria unida
reunir mais forças para disputar cargos na disputa política de 2018, é fato. No
entanto, muitos são os motivos que fizeram os herdeiros construírem laços de
desavenças com opiniões diferentes junto com outros fatores que podem ter
contribuído, tais como: vaidades individuais e a perda da liderança de Eduardo
Campos, que faleceu em acidente aéreo no ano de 2014.
Entre os episódios mais marcados nos últimos tempos,
destaque para a saída da vereadora Marília Arraes (PT), prima do ex-governador
Eduardo Campos, que rompeu com o PSB, em 2014, em plena campanha eleitoral. Na
ocasião, ela disparou críticas e chegou a afirmar não concordava com “atitudes
bajulatórias” da legenda, principalmente, para com a família Campos e os que
gravitavam em torno dela.
No ano passado, o irmão de Eduardo Campos, Antônio
Campos, que disputou o cargo de prefeito de Olinda pelo PSB e surpreendeu a
muitos por chegar ao segundo turno, atacou veemente a viúva Renata Campos
intensificando a crise já instalada no PSB pernambucano. Tonca, como também é
conhecido, chegou a chamar a ex-cunhada de “ingrata” e afirmou que ela fazia
indicações os quadros da legenda do estado. De acordo com ele, a influência de
Renata sobre o partido começou após a morte do ex-governador. Nem João Campos
(PSB), filho de Renata e Eduardo e atual chefe de gabinete do governador Paulo
Câmara (PSB), participou da campanha eleitoral do tio.
Desavenças à parte, o fato é que os herdeiros do
sobrenome poderoso: João Campos, Marília Arraes e Tonca devem estar em três
palanques diferentes em 2018. João, embora negue, com a já conhecida frase
“2018 vamos falar em 2018”, deve concorrer a uma vaga de deputado federal com
grandes chances de vitória. Além de ser filho de Campos, o jovem de apenas 23
anos tem tido desenvoltura, carisma e carrega consigo uma forte memória do pai
por parte da população.
Por sua vez, a petista Marília tem uma grande
probabilidade de disputar para governadora de Pernambuco. Ela tem usado, por
enquanto, uma tática de duras críticas ao governador Paulo Câmara. Em conversa
ao LeiaJá, no mês passado, disse que se sente honrada por ter o seu nome como
um dos mais cotados para o pleito. “Estou disposta”, garantiu sobre enfrentar a
luta na tentativa de tirar o pessebista do comando do estado.
Por sua vez, Tonca, que também saiu do PSB depois de
diversos confrontos com integrantes da sigla, e que se filiou ao Podemos,
pretendia concorrer a uma vaga igual ao do sobrinho João, mas já se
colocou a disposição para tentar vencer um cargo ainda maior: o de senador da
República mesmo nunca antes tendo conquistado nenhuma vaga. “Sou candidato a
deputado federal, mas não descarto a possibilidade de ser candidato ao Senado
para fortalecer o projeto local e nacional do Podemos”, argumentou.
Nem a mãe de Eduardo Campos, Ana Arraes, que é ministra
do Tribunal de Contas da União (TCU), está fora da lista da família para
concorrer na próxima eleição. Ana está sendo sondada por partidos políticos
para deixar o TCU e ser candidata a vice-presidente da República em 2018. A
especulação foi confirmada por Tonca, afirmando que a ministra já está na mira
do governador de São Pauo, Geraldo Alckmin, e que o PT também estaria de olho.
Ana Arraes já foi deputada por três mandatos.
O que não se sabe, mas também não é totalmente
descartado, é se Renata Campos estará no jogo majoritário. A ex-primeira dama
de Pernambuco, apesar de sempre discreta, é considerada “uma militante nata”
dentro do PSB. O nome dela também já surgiu como opção para compor uma chapa
presidencial. Em 2015, Renata deixou um recado durante uma homenagem aos 50
anos de Eduardo. “Seus sonhos são nossos e vamos levar seu ideal adiante. Só
assim construiremos um melhor Brasil para os brasileiros”, avisou na época.
Marketing com o sobrenome Campos
O uso indevido da imagem de Eduardo já chegou a ser questionada
pela família do ex-governador. A Justiça, em 2014, chegou a acatar um pedido
vetando o uso da imagem dele pelos adversários.
No ano passado, o Instituto Miguel Arraes também
notificou o governador Paulo Câmara e o PSB estadual por usar o nome e a imagem
de Arraes durante a propaganda política partidária que foi ao ar por meio da
internet e TV. No argumento, Antônio Campos, que preside o Conselho
Deliberativo do instituto, disse que não enxergava legitimidade e que não houve
prévia autorização para a utilização da imagem do ex-governador Arraes.
Tragédia
Uma perda dita por muitos como irreparável foi a morte
de Eduardo Campos, em 2014. Ele tinha renunciado ao cargo em abril daquele
mesmo ano para focar na campanha presidência. No entanto, cumprindo agenda de
campanha, a aeronave em que ele estava caiu em Santos matando mais 6 pessoas.
Uma frase dita durante a última reportagem concedida se tornou emblemática e
repetida por aliados em diversos momentos: “Não vamos desistir do
Brasil”.
Nove anos antes, em 2005, morreu o avô do presidenciável,
Miguel Arraes, seu herdeiro político. O curioso é que ambos morreram na mesma
data: 13 de agosto. O que muitos acreditam é que a família não conseguirá
retomar a força exercida pelas duas figuras, em especial, este último que é
considerado um mito por grande parte dos pernambucanos.
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